
O mundo está em constante transformação e, junto com ele, a publicidade vem tentando se adaptar também. Mas essas mudanças ocorrem principalmente por causa da variação comportamental das pessoas, que são o nosso objeto de estudo e atuação. Toda e qualquer evolução, em todos os setores crescentes (para não ser injusto em deixar de falar das outras vertentes, não menos importantes), deve-se a capacidade maluca das pessoas de querer interagir com o que está sendo apresentado.
Interação é uma palavra que está na moda e isso é fato. Essa característica , cada vez mais relacionada com a Geração Y – uma vez que são eles que “entraram de cabeça” nesse frenesi evolutivo e demonstraram uma capacidade de adaptação muito grande -, tem entupido todas as mídias tradicionais e as novas que estão surgindo também, tudo isso por exigência das marcas. Interação e engajamento são o “ponto de partida” para o desenvolvimento de produtos/serviços e, por tabela, de comunicação. As pessoas deixaram de ser meros observadores e estão cada vez mais participativos.
Estudos e pesquisas dizem que o surgimento da interação está totalmente ligado ao conhecimento e a capacidade de memorização. E eu acredito bastante nisso, sério. Um exemplo é na publicidade. Todas as marcas que conseguiram criar uma interatividade comigo, em suas campanhas, ficaram mais gravadas em minha memória e, consequentemente, foram as que eu comecei a criar empatia. Quando convocam o público-alvo a participar juntamente com elas, o público se sente parte do processo e a reconhece positivamente.
Não tem pra onde fugir: tudo indica para a ocorrência de interação. Por que surgiram as Redes e Mídias Sociais? Por que mudou o padrão de criação dentro da comunicação? Por que diminuiu o número de vendas nas mídias tradicionais? Você acha que é por causa da ineficiência e incompetência dos profissionais que estão entrando no mercado? Claro que não! É tudo uma questão de tendência e participação. As mídias tradicionais têm uma característica única que quebra com o que está de mais atual: a participação dos consumidores na gestão da marca, através de opiniões e críticas.
A diferença da cultura 2.0 é exatamente essa. As empresas pararam de olhar com olhos de profissionais que querem vender, mas com de consumidores que querem seus produtos. A preocupação mudou e, junto com ela, a voz ativa. Quem tem o dinheiro é o consumidor, então é ele quem deve opinar e ter liberdade para escolher como gastá-lo. E é exatamente assim que a comunicação está se transformando. Com a ajuda das Redes Sociais, portais na internet, programas,sites de relacionamentos e propagandas interativas, as marcas se “expõem”, de maneira consciente, e deixam o público interagir.
Tudo mudou. Vivemos agora na melhor fase da democracia: a democracia 2.0, mediada pela internet. Com “interação” como a palavra-chave, “transparência” vem como secundária em ordem de importância. Marca que não é aberta a opiniões e que não é ética, afunda no mar do mercado. Sempre será colocada a prova por seu público. Acho que me precipitei ao falar da democracia 2.0. Vivemos, sem dúvida, uma ditadura do consumidor 2.0. Viva!
André N. Bueno