quinta-feira, 9 de junho de 2011

Tchau.


- Vem cá, a gente precisa conversar.
Vou ser bem direto: eu quero terminar com você. E sabe porquê? Por que cansei de esperar. Cansei das suas promessas, do seu fala-fala, da sua mentira maquiada. Cansei de ser feito de gato e sapato. Cansei de ser sempre ouvidos e você nada. Cansei de ficar sem voz.
- Mas eu não fiz nada.
- Exatamente! Não fez. Aí é que tá o problema.
- Não entendi...
- Você é só prosa. Fala, fala, fala e nada. Queria que entendesse que palavras nem sempre satisfazem. Os tempos mudaram, meu bem. Eu te dei abertura para estar comigo em todos os lugares que ia, e o que você fez?! Preferia ficar ao telefone, à distância, com sua voz melosa e suas palavras vazias.
- Também não é bem assim.
- Ah, não é?! Sério, eu te quis como companheiro. Fechei os olhos e te dei a mão, cara. Eu só queria uma surpresa sua. Só queria fugir do meu mundo de mãos dadas contigo. E quem disse que você me levou pra passear? Que nada. A sua preguiça estragou a nossa relação.
- Não fala isso. Sempre me preocupei com você. Sempre fui aquele que teve palavras pra todos os seus sentimentos. Sempre fui o sustento para suas quedas.
- Aí que está. Quem disse que eu só preciso de palavras? Às vezes eu queria você até calado, mas do meu lado. Queria presença. Queria esforço. Queria estar contigo, mesmo com o seu mau-gosto. Mas vou ser justo também, porque reconheço que sempre tentou me fazer rir. Mas sorrir não era o que sempre queria de você. Afinal, ser companheiro não é sempre fazer rir, mas sim, quando fizer chorar, estar do meu lado pra me dar um abraço quente.
- Não faz isso, por favor.
- A gente não está mais em tempo de discutir, meu bem. Acreditei muito tempo no seu lenga-lenga, nas suas palavras com cobertura de glacê, mas não foi suficiente. Eu só queria alguns bons momentos com você. Algumas boas experiências ao seu lado. Mas você não me deu nada. Você não conseguiu entrar na minha cabeça de vez. A paixão não virou amor. Desculpa, sério, mas seu prazo expirou.

- Tchau.


André N. Bueno

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