segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Incômodo.

Não estar presente sempre em algo que gostaria de estar - como nesse blog, por exemplo - é um dos meus motivos de estar escrevendo para vocês. Eu criei esse blog em um momento único da minha vida. Estava desempregado, sem estágio e com muita lucidez e vontade de ser algo, de ser alguém. Esse sentimento era como fogo que ardia em mim de uma forma tão intensa que me incomodava muito, e eu sabia que precisava fazer algo para começar a alimentar essa minha fome de ser "grande". Mas eu não estou aqui pra falar de mim, e sim mostrar que tudo o que eu sentia antes, e continuo sentindo hoje, é algo que vocês podem cultivar e colher para vocês também. Conheçam então a importância do incômodo.

Incômodo. Para muitos, só a pronúncia dessa palavra já é mais do que suficiente para remeter a sensações horríveis, experiências e lembranças antes vivenciadas que não foram agradáveis em algum momento da vida. E a experiência ruim, em seu geral, faz o ser humano criar uma válvula de escape para situações parecidas, que é buscar sempre a tranquilidade de todas as formas possíveis. Mas as pessoas não conseguem entender que o objetivo da vida não é a procura da tranquilidade, mas sim o eterno combate ao incômodo. Será que deu pra entender? É mais ou menos assim: quem almeja alcançar as estrelas, antes já ficou incomodado de estar sempre caindo de nuvens.

Não deveríamos tratar o incômodo como um obstáculo, mas como combustível. Muitos foram os incomodados que souberam utilizar dessa "pedra no sapato" para conseguir seguir adiante. Sei que parece auto-ajuda, mas não é. Duvido que exista tantos livros que demonstrem esse tipo de sentimento em suas linhas dessa forma. A franqueza vem com a vivência, e a minha certeza é confirmada de forma experimental. Vocês não acreditam que Steve Jobs, Bill Gates, Napoleão, Gandhi e Hitler, por exemplo, são/foram grandes homens? São inúmeros os exemplos de incômodo, e em diferentes intensidades. São exemplos vivos de que o incômodo os leva às montanhas e, se não levar, as trás para perto.

E não precisamos ir tão longe para notar tudo isso. Basta começar a olhar para dentro de você mesmo. Passe a observar a sua rotina com mais afinco e veja o que é 'pra você' e o que não é de seu agrado. Alimente sua mente com indagações e opiniões próprias, pois são elas que vão lhe moldar. É sabendo o que se quer que se cria coragem para dizer "não" ao que não quer. Comece a observar a vida como um complexo de praias. É sabendo o que você quer que você poderá andar em suas próprias praias e permitir que mais areia entre a cada passada. Depois da chegada onde deseja, é hora de sentar, retirar a areia do tênis e tomar uma água de coco, mas sempre lembrando que vão ter ainda muitos quilômetros de belas praias pela frente, e que você só pode parar quando seu tênis estragar, ou quando não conseguir mais andar. Se isso não lhe incomodar, é claro.

E ai, quão intenso é o seu incômodo?

André N. Bueno

2 comentários:

  1. descobri o seu Twitter por acaso e acabei achando despretensiosamente seu Blog também. Achei bacana os textos, parabéns!! #followjá ;)

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  2. nem um nem outro. Sou uma errante! haha
    mas faço comunicação social e sim, sou irmã da Stephanie.

    abraços!

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