domingo, 25 de dezembro de 2011

Um sonho dentro de outro sonho.

Não sei o que escrevo, e com isso já quebro mais uma promessa semanal. Não sei nem por que as faço se sei que não vou cumprir (eu me conheço um pouco). É como nos últimos dias, tenho rabiscado algumas frases sem sentido e procuro um elo para ligá-las. Talvez sejam apenas alguns espasmos criativos de alguma lembrança sua espremida na minha cabeça, não sei. Mentira, não pode ser só uma lembrança. Vou te confessar uma coisa, mas fica entre nós, tá? Você não tem saído muito da minha cabeça, e isso me preocupa um bocado. Você teve hora pra chegar. Chegou do nada, fora do combinado, inclusive. Mas não lembro se em algum momento cogitou em uma hora para sair.

Bem queria eu conseguir entender tudo o que acontece comigo. Entender o porquê das pessoas entrarem na minha vida. Entender o porquê de permanecerem e, mais do que tudo da vida, entender o porquê de algumas delas escolherem sair. Às vezes penso que é melhor deixar assim mesmo, que essa dúvida eterna fique maltratando os pensamentos. Embora a curiosidade mate o gato - e nem sei também se é assim o famoso ditado -, manter essa curiosidade deixa as coisas fluirem tranquilamente. Fluir normalmente. É, também não sei se é nisso que eu acredito, mas tá tranquilo.

Hoje eu sonhei com você, e eu queria entender isso também. Na verdade, é o que mais tem acontecido. Você bate ponto na minha cama todas as noites. Quando chego para dormir, o travesseiro já está quente e macio. Você já está lá me aguardando para acariciar a minha cabeça enquanto pego no sono. Eu já sou preparado para sonhar com você, meu bem. E o sonho de hoje foi engraçado. Eu te procurava e você me dava esporros, dizia que eu estava fazendo errado, que era um imperfeito. Será que o meu passado contigo foi assim, imperfeito? Tão imperfeito quanto o meu uso do "dizer", no pretérito imperfeito? Pode ser que sim, mas acho que minha imperfeição no passado foi só uma: pensar no futuro.

Falando em futuro, existe alguma coisa mais vaga do que o futuro? Nossa relação é meio que atemporal, eu acho. Não tenho nem um passado e nem um presente contigo, quem dirá um futuro. O tempo está desconexo e sem sentido, assim como os parágrafos desse texto. Mas quem foi que disse que as coisas têm que fazer sentido, não é? Se tivessem, nós não deveríamos nascer de cabeça pra baixo; Nosso coração não poderia ser partido nunca; E, sem dúvida, as mulheres deveriam ter nascido com um manual de instrução. Essa última frase, aliás, já poderia ser considerada o clichê do século XXI. Não a frase, mas o sujeito dela. Ou a sujeita, sei lá.

O final do ano me perturba um pouco. Eu falo tudo e acabo não falando nada. Na mesa estão todos os meus problemas, mas nenhuma solução. Quanto mais tento me descomplicar, me complico ainda mais. Chego no ponto de achar que preciso dos meus problemas para viver. Eles balizam a minha vida de uma forma singular, e permitem que eu dê os meus vôos. Vou te contar um segredo, tá? Eu sou um idealizador. Sou eu quem crio o meu mundo, com todas essas coisas desnecessárias para saciar as minhas necessidades. Junto tudo o que nunca tive - você, por exemplo - e misturo nos meus sonhos. E é nesse momento que eu ajoelho e agradeço por ser você a responsável por eles. Amém.

ps.: nem preciso dizer que não achei o tal elo.


André N. Bueno

2 comentários:

  1. Adorei =D
    " Você bate ponto na minha cama todas as noites." Acontece comigo,sempre sonho com a mesma pessoa.

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