terça-feira, 9 de março de 2010

Eis a Geração Fast-Food!


Velocidade. Essa é, sem dúvidas, a palavra-chave da nova ordem mundial. No atual estágio da globalização, quem dita as regras do jogo são os ponteiros do relógio. Qualquer perda de tempo é suficiente para atrasar toda uma logística do sistema capitalista e, com isso, haveria uma perda grande nos lucros e, como conseqüência, “cabeças iriam rolar”. Para impedir o desencadeamento dessa bola de neve, todo o tempo gasto deveria ser “enxuto”, o que incluiria um possível aumento na velocidade do deslocamento residência-trabalho e uma redução no tempo de alimentação. Surge, então, a famosa geração fast-food.

Com o condicionamento econômico influenciando cada vez mais a expansão das grandes marcas alimentícias em todo o território dos EUA, as redes de fast-food passaram, praticamente, a “infestar” tudo com as suas filiais. A grande oferta de lanchonetes as forçou a reduzir os preços dos lanches e, paralelamente a isso, obrigavam os outros produtores de comida “saudável” a aumentarem (se não ganhamos na quantidade, ganhamos no preço. E vice-verso). Já que podíamos comer hambúrgueres baratos e com rapidez, por que insistiríamos em comer nos restaurantes tradicionais? Pois é, Agora o que era puramente ocasional acabara de se tornar cultural.

Infelizmente, como tudo que se tem em excesso tende ao mal (como dizia e diz a minha querida mãe), a obesidade atingiu praticamente todos os EUA e trouxe, junto com ela, os mais variados problemas de saúde acarretados pelo sobre-peso. Só para contabilizar, mais de 60% da população adulta norte-americana é afetada pela obesidade e seus males. E o posicionamento da marca em relação a isso, parou de influenciar o consumo de seu produto? Óbvio que não. Já que o “vício” estava implantado e era barato mantê-lo, nem as pessoas queriam largá-lo.

No entanto, com a situação se tornando cada vez mais preocupante, era necessário que houvesse uma comunicação eficiente e radical dotada de responsabilidade social para informar às pessoas que, mais dia menos dia, elas iam morrer. Foi ai que surgiu um maluco que se candidatou a comer todos os dias no McDonald’s, durante o período de 30 dias e, além disso, deixou que registrassem tudo. Com isso, foi criado o documentário “Super Size Me – a dieta do palhaço”, um filme que faz uma crítica direta à rede de fast-food (McDonalds, basicamente) e os seus malefícios para com a saúde.




Com a velocidade em que a tecnologia tem se desenvolvido e ultrapassando barreiras, a expansão das redes de fast-food passou a ser global, atingindo praticamente todos os países de primeiro ao terceiro mundo (o McDonald's, a maior rede desse nicho, está inserida em 120 países do mundo). Mas os países já estão tomando as devidas providências, ou não acha que é por isso que na França se come lesma, no Japão se come arroz e no Brasil não se come nada? O mundo inteiro tá de regime.


André N. Bueno
@dedenb

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